A violência contra a mulher é um dos crimes mais silenciosos e dolorosos da nossa sociedade. Muitas vezes, ela acontece dentro de casa, praticada por quem deveria proteger, e a vítima se sente sozinha, com medo e sem saber por onde começar. Mas é fundamental lembrar: você não está sozinha. Existe ajuda. Existe acolhimento. E você tem direitos que precisam ser respeitados.
Neste artigo, vamos mostrar de forma simples e clara como denunciar situações de violência, onde buscar apoio e por que é tão importante procurar ajuda jurídica para garantir sua segurança e seus direitos.
O que é considerado violência contra a mulher?
A violência não se resume à agressão física. Ela pode ser psicológica, moral, sexual, patrimonial ou institucional. Alguns exemplos:
- Agressões físicas, como empurrões, tapas, socos ou qualquer forma de machucar o corpo da mulher;
- Ameaças, insultos, humilhações, controle sobre roupas, amizades ou redes sociais;
- Violência sexual, mesmo dentro de um relacionamento;
- Proibição de trabalhar ou estudar, controle do dinheiro ou destruição de bens;
- Negligência e desrespeito em serviços públicos, como na saúde ou justiça.
Se você passou por qualquer uma dessas situações, saiba que a lei está do seu lado.
Canais de denúncia: saiba onde buscar ajuda
Existem diferentes formas de denunciar a violência contra a mulher, dependendo da urgência da situação. Veja os principais canais:
1. Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
É um serviço gratuito e sigiloso, disponível 24 horas por dia. Você pode ligar a qualquer momento para desabafar, pedir orientação ou registrar uma denúncia.
E-mail: central180@mulheres.gov.br;

2. Ligue 190 – Polícia Militar
Se você estiver em situação de risco ou presenciar uma agressão, ligue para o 190 imediatamente. Uma viatura será enviada ao local.

3. Disque 197 – Polícia Civil
Canal de denúncia com garantia de sigilo. Pode ser usado por telefone, WhatsApp (61) 98626-1197 ou e-mail (denuncia197@pcdf.df.gov.br).
4. Delegacias da Mulher (DEAMs)
São delegacias especializadas para atender mulheres vítimas de violência. Elas funcionam 24h por dia, inclusive fins de semana. Se não houver uma DEAM na sua cidade, vá à delegacia comum mais próxima.

5. Aplicativo Maria da Penha Virtual
Permite pedir medidas protetivas diretamente pelo celular, sem precisar sair de casa.

Quem mais pode te ajudar?
Além da polícia e das delegacias, existem outras instituições que oferecem apoio jurídico, psicológico e social:
Defensoria Pública
Se você não tem condições de pagar um advogado, a Defensoria pode te orientar, pedir medida protetiva e acompanhar seu caso gratuitamente.
Ministério Público
Atua na investigação e no combate à violência, podendo exigir medidas protetivas e acompanhar o processo judicial.
Núcleo de Defesa da Mulher (NUDEM)
Núcleo específico da Defensoria para atender mulheres vítimas de violência. Pode ser acessado presencialmente, por telefone ou WhatsApp.
Clique aqui e confira a lista de endereços e telefone úteis.
Por que é tão importante denunciar?
Muitas mulheres têm medo de denunciar por receio de represálias, vergonha ou por acreditarem que nada vai mudar. Mas cada denúncia é um passo para romper o ciclo da violência, proteger sua vida e evitar que outras mulheres passem pela mesma dor.
A denúncia pode ser feita de forma anônima, e você não precisa esperar sofrer agressões físicas para buscar ajuda. Controlar, humilhar ou ameaçar também é violência.
Busque também apoio jurídico
Além de denunciar, é fundamental contar com a orientação de um advogado de confiança. Um profissional especializado pode te ajudar a:
- Pedir medidas protetivas urgentes;
- Representar você na Justiça;
- Garantir que seus direitos sejam respeitados;
- Acompanhar os desdobramentos legais da denúncia.
Não enfrente isso sozinha. Existem profissionais preparados para acolher e lutar ao seu lado.
Conclusão
Toda mulher tem direito a viver com dignidade, segurança e respeito. Se você está em uma situação de violência, procure ajuda. Denunciar não é fraqueza – é um ato de coragem e proteção.
Ligue 180. Em caso de emergência, ligue 190. Procure a Delegacia da Mulher ou a Defensoria Pública. E conte com o apoio de um advogado para garantir que seus direitos sejam cumpridos.
Você não está sozinha. E a violência nunca será normal. Rompa o silêncio e lute pelo que é seu.
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