Você comprou um produto ou contratou um serviço, desistiu ou teve algum problema, e mesmo assim a empresa se recusa a devolver o valor que você pagou. E agora? Muita gente se pergunta se é possível entrar com um processo nesses casos — e a resposta é sim, dependendo da situação.
Neste post, vamos explicar quais são seus direitos, quando o reembolso é obrigatório por lei e como agir caso a empresa se recuse a devolver seu dinheiro.
Quando tenho direito ao reembolso?
O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) estabelece que o consumidor tem direito à devolução do valor pago em diversas situações. As mais comuns são:
- Arrependimento em compras online: você tem até 7 dias corridos para desistir da compra feita fora do estabelecimento físico (internet, telefone, catálogo etc.), a contar do recebimento do produto ou da assinatura do contrato. A devolução deve ser integral, incluindo o frete.
- Produto com defeito: se o item apresentar defeito e não for consertado em até 30 dias, você pode escolher entre o reembolso, a troca ou o abatimento no preço.
- Serviço mal prestado ou não realizado: se a empresa não entregar o que prometeu, o consumidor pode pedir o dinheiro de volta.
- Cobrança indevida: valores cobrados sem justificativa ou autorização devem ser devolvidos em dobro, com correção monetária e juros.

Esses direitos estão amparados legalmente e não dependem de boa vontade da empresa. Se ela se recusar a cumprir, você pode sim buscar a Justiça.
Leia também: Descubra seus direitos: saiba quando e como acionar a garantia legal em produtos com defeito
E se a empresa simplesmente disser “não”?
Infelizmente, nem todas as empresas respeitam os direitos do consumidor. Algumas ignoram os pedidos de reembolso, dificultam o atendimento ou oferecem apenas créditos para futuras compras — o que não é obrigatório, a não ser que o consumidor aceite.
Nesse caso, é importante documentar tudo:
- Registre as tentativas de contato (e-mails, prints, protocolos, mensagens).
- Guarde notas fiscais, comprovantes de pagamento e contratos.
Com esses registros, você pode seguir para as próximas etapas.
Como reclamar formalmente?
Antes de entrar com um processo, vale tentar resoluções extrajudiciais:
1. Procon
Você pode registrar uma reclamação no Procon do seu estado. Eles analisam o caso e tentam uma solução amigável com a empresa.
- Sites como procon.sp.gov.br ou procon.rj.gov.br oferecem formulário online.
- O atendimento é gratuito.

2. Consumidor.gov.br
É uma plataforma oficial do Governo Federal que permite ao consumidor registrar queixas contra empresas. O histórico é público e muitas empresas respondem rapidamente para evitar exposição negativa.
- Acesse: www.consumidor.gov.br
- Cadastre seu caso com detalhes e evidências
Se, mesmo assim, o problema não for resolvido, o processo judicial pode ser o próximo passo.

Quando vale a pena processar a empresa?
Você pode entrar com uma ação judicial sempre que tiver prejuízo financeiro e os canais de atendimento não funcionarem. Alguns exemplos:
- Valor alto envolvido
- Produto ou serviço essencial
- Danos morais (caso tenha passado por constrangimento, perda de tempo ou prejuízo emocional relevante)
Onde entrar com a ação?
- Juizado Especial Cível (Pequenas Causas): para valores de até 20 salários mínimos, você não precisa de advogado.
- Justiça comum: para valores maiores ou casos mais complexos, um advogado de confiança pode ajudar.
Ambos os caminhos são válidos e acessíveis. Basta reunir as provas e apresentar sua versão dos fatos.
Importante lembrar:
- A empresa não pode condicionar o reembolso à aceitação de vale-compras.
- Em casos de descumprimento claro da lei, o processo é um direito seu.
- Você pode, sim, ser indenizado por danos morais, dependendo do caso.
Conclusão
Se uma empresa se recusa a devolver seu dinheiro, isso não significa que você está de mãos atadas. A legislação brasileira protege o consumidor e garante o reembolso em diversas situações. O mais importante é agir com consciência, reunir provas e buscar seus direitos.
Está enfrentando esse tipo de problema? Fale com um advogado de confiança e entenda o melhor caminho para resolver seu caso.
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