O reconhecimento de paternidade é um direito fundamental que assegura o vínculo legal e afetivo entre pai e filho. Apesar de sua importância, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como proceder, principalmente em casos de reconhecimento tardio, quando o pai não reconheceu o filho no nascimento. Este artigo explica de forma clara e atualizada o que é o reconhecimento de paternidade, quem pode solicitá-lo, como funciona o processo e quais direitos são garantidos, com um exemplo prático que ilustra a importância desse procedimento.
O que é reconhecimento de paternidade?
Reconhecimento de paternidade é o ato jurídico que estabelece oficialmente quem é o pai de uma pessoa, garantindo ao filho direitos civis, afetivos e patrimoniais. Pode ser feito voluntariamente no cartório ou por meio de ação judicial, quando houver dúvidas ou recusa do pai.

Quem pode solicitar o reconhecimento?
O direito ao reconhecimento pertence ao filho, seja ele criança, adolescente ou adulto, à mãe, ao tutor legal ou aos herdeiros, em casos específicos. O Ministério Público também pode atuar em defesa do interesse da criança.
Como funciona o registro tardio de paternidade?
O registro tardio ocorre quando a paternidade não foi reconhecida no momento do nascimento. Nesses casos, o reconhecimento pode ser feito a qualquer tempo, sem prazo para prescrição. O processo pode ser simples, quando o pai reconhece voluntariamente no cartório, ou mais complexo, se houver negativa, envolvendo investigação judicial, provas e exames de DNA.
Principais Motivos para o Registro Tardio de Paternidade
Diversos fatores podem levar ao reconhecimento tardio da paternidade. Entre os mais comuns, estão:
- Rompimentos familiares ou relacionamentos breves, que impediram o contato entre pai e filho;
- Receio do pai em assumir responsabilidades jurídicas, como pensão ou partilha de bens;
- Falta de informação ou apoio da mãe durante o registro do nascimento;
- Descoberta tardia da filiação por parte do filho adulto, muitas vezes motivada por revelações familiares ou testes genéticos;
- Morte do pai, que leva os filhos a buscarem o reconhecimento post mortem para assegurar direitos sucessórios;
- Mudança de mentalidade do pai, que, mesmo após anos, decide formalizar o vínculo por questões emocionais ou morais.
Essas situações mostram que o registro tardio não ocorre apenas por abandono ou descaso, mas também por contextos complexos e pessoais que variam de caso para caso.
Direitos garantidos pelo reconhecimento
Após o reconhecimento, o filho tem direito a:
- Inclusão do nome do pai na certidão de nascimento;
- Direito à pensão alimentícia;
- Direito à herança;
- Direito à convivência familiar;
- Acesso a benefícios previdenciários;
- Direito à identidade familiar completa.
Procedimento para reconhecimento
Via cartório (extrajudicial)
O pai e o filho comparecem ao cartório com documentos pessoais e realizam a declaração de reconhecimento. Esse processo é rápido, gratuito e dispensa advogado.
Via judicial
Quando há recusa do pai ou dúvidas sobre a paternidade, é necessário ingressar com ação judicial. O juiz pode determinar exame de DNA e avaliar outras provas para confirmar o vínculo e determinar a retificação do registro civil.
Exemplo prático
Maria registrou sua filha Ana apenas com seu nome, pois o pai não quis reconhecer a criança no nascimento. Anos depois, ao descobrir seu direito, Ana entrou com ação judicial para reconhecimento da paternidade. Após exame de DNA comprovar o vínculo biológico, o juiz reconheceu o pai legalmente, garantindo a Ana o direito à pensão, herança e inclusão do nome do pai em sua certidão. Esse caso mostra como o reconhecimento tardio pode transformar vidas e assegurar direitos essenciais.
Conclusão
O reconhecimento de paternidade é mais que um ato formal: é o reconhecimento da identidade e dos direitos do filho. Seja feito de forma voluntária ou por decisão judicial, é um procedimento que pode ser realizado em qualquer idade e que garante segurança jurídica e afetiva. Caso você ou alguém que conheça precise realizar esse reconhecimento, busque orientação especializada para assegurar que todos os direitos sejam respeitados e protegidos.
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